Criada
em 31 de Janeiro de 1934, a Escola de Samba Rancho Não Posso Me Amofiná, com
suas cores azul e amarelo, surge dos seios da população Jurunense, com o papel
de levar igualdade social a toda comunidade através do carnaval. Sua própria
sede, até hoje, se constitui como um espaço de interação cultural e popular,
onde saberes de ribeirinhos, mestiços, caboclos e negros, reais ou imaginários,
são criados e recriados.
Essa
relação entre a Escola e os jurunenses é bastante estreita, pois nasceu durante
o séc. XVII, a partir de difíceis encontros entre sujeitos da cidade e dos
interiores, e suas necessidades de se expressar em um momento extremamente complicado,
uma vez que a pobreza tomava conta. Não havia saneamento, água encanada,
transporte público etc.
Somente
no século XX, com a criação da Estrada Nova, atual Avenida Bernardo Sayão,
intensificaram-se os encontros e, por conseguinte, as relações culturais. Moradores
e transeuntes, que se sentiam abandonados pelo poder público, criavam e recriavam
suas identidades em meio a formas de sobrevivência em um espaço tão limitado.
Foi
a partir dessas dificuldades que se percebeu a importância de criar
organizações sociais que dessem voz e entretenimento a população. Como
exemplos, temos a agremiação esportiva São Domingos Esporte Clube, que fundada
em 1915, além de jogos de futebol, sediava também, bailes de carnaval, festas
juninas e outras expressões populares; e a primeira rádio do Pará, atual Rádio
Clube, criada em 1928. Nesses locais,
várias matizes, homens, mulheres e crianças.
Engendrado
em 1934, em meio a essa efervescência cultural, o Rancho Não Posso Me Amofiná
surgiu como um primeiro espaço específico para determinadas atividades, como,
por exemplo, ensaios, cantos e batucadas. Sem distinções de cor de pele,
gênero, nível social etc, a população se sentia mais íntima e passou a vivenciar
culturas e saberes na própria sede da escola.
Por
fim, a Escola desfilou pela primeira vez já em 1934, e trouxe elementos que a
identificavam como uma Escola de samba: Surdos, pandeiros, barricas, chocalhos,
cuícas, tamboris, baianas (homens vestidos de mulher) e o samba. A Escola já
desfilava completa: com abre-alas trazendo o nome do Rancho, baianas, músicos,
porta-estandarte, fantasias de diabos, reunindo homens, mulheres, diferentes
sujeitos, para brincar, aprender e ensinar coletivamente. Esse conjunto marcou
o início da primeira Escola de Samba em Belém do Pará. Atualmente está no Grupo
1, que equivale à primeira divisão do Carnaval de Belém, totalizando 27 títulos
do Carnaval.
Endereço:
Tv. Honório José dos Santos, 758
Bairro:
Jurunas, CEP: 66033-343
Cidade/Município:
Belém, PA
Contatos: (91) 3272
0918
Categoria: Escolas de
Samba em Belém
Referências utilizadas:
SANTANA JUNIOR, L. N.. Quem é do Rancho tem amor e não se amofina: Saberes e cultura Amazônicos presentes nos samba-enredos da Escola de Samba Rancho Não Posso me Amofiná. 2008. (Apresentação de Trabalho/Comunicação).
TEIXEIRA, T. S. C.. Samba de combate e o combate ao samba: Os sambas produzidos por compositores negros da escola de samba rancho não posso me amofiná ( 1938-1946). Revista tempo amazonico, v. 1, p. 15-33, 2014.
Referências utilizadas:
SANTANA JUNIOR, L. N.. Quem é do Rancho tem amor e não se amofina: Saberes e cultura Amazônicos presentes nos samba-enredos da Escola de Samba Rancho Não Posso me Amofiná. 2008. (Apresentação de Trabalho/Comunicação).
TEIXEIRA, T. S. C.. Samba de combate e o combate ao samba: Os sambas produzidos por compositores negros da escola de samba rancho não posso me amofiná ( 1938-1946). Revista tempo amazonico, v. 1, p. 15-33, 2014.