quinta-feira, 29 de junho de 2017

Você sabia?


Criada em 31 de Janeiro de 1934, a Escola de Samba Rancho Não Posso Me Amofiná, com suas cores azul e amarelo, surge dos seios da população Jurunense, com o papel de levar igualdade social a toda comunidade através do carnaval. Sua própria sede, até hoje, se constitui como um espaço de interação cultural e popular, onde saberes de ribeirinhos, mestiços, caboclos e negros, reais ou imaginários, são criados e recriados.

Essa relação entre a Escola e os jurunenses é bastante estreita, pois nasceu durante o séc. XVII, a partir de difíceis encontros entre sujeitos da cidade e dos interiores, e suas necessidades de se expressar em um momento extremamente complicado, uma vez que a pobreza tomava conta. Não havia saneamento, água encanada, transporte público etc.

Somente no século XX, com a criação da Estrada Nova, atual Avenida Bernardo Sayão, intensificaram-se os encontros e, por conseguinte, as relações culturais. Moradores e transeuntes, que se sentiam abandonados pelo poder público, criavam e recriavam suas identidades em meio a formas de sobrevivência em um espaço tão limitado.

Foi a partir dessas dificuldades que se percebeu a importância de criar organizações sociais que dessem voz e entretenimento a população. Como exemplos, temos a agremiação esportiva São Domingos Esporte Clube, que fundada em 1915, além de jogos de futebol, sediava também, bailes de carnaval, festas juninas e outras expressões populares; e a primeira rádio do Pará, atual Rádio Clube, criada em 1928.  Nesses locais, várias matizes, homens, mulheres e crianças.

Engendrado em 1934, em meio a essa efervescência cultural, o Rancho Não Posso Me Amofiná surgiu como um primeiro espaço específico para determinadas atividades, como, por exemplo, ensaios, cantos e batucadas. Sem distinções de cor de pele, gênero, nível social etc, a população se sentia mais íntima e passou a vivenciar culturas e saberes na própria sede da escola.

Por fim, a Escola desfilou pela primeira vez já em 1934, e trouxe elementos que a identificavam como uma Escola de samba: Surdos, pandeiros, barricas, chocalhos, cuícas, tamboris, baianas (homens vestidos de mulher) e o samba. A Escola já desfilava completa: com abre-alas trazendo o nome do Rancho, baianas, músicos, porta-estandarte, fantasias de diabos, reunindo homens, mulheres, diferentes sujeitos, para brincar, aprender e ensinar coletivamente. Esse conjunto marcou o início da primeira Escola de Samba em Belém do Pará. Atualmente está no Grupo 1, que equivale à primeira divisão do Carnaval de Belém, totalizando 27 títulos do Carnaval.

Endereço: Tv. Honório José dos Santos, 758
Bairro: Jurunas, CEP: 66033-343
Cidade/Município: Belém, PA

Contatos: (91) 3272 0918

Categoria: Escolas de Samba em Belém

Referências utilizadas:

SANTANA JUNIOR, L. N.. Quem é do Rancho tem amor e não se amofina: Saberes e cultura Amazônicos presentes nos samba-enredos da Escola de Samba Rancho Não Posso me Amofiná. 2008. (Apresentação de Trabalho/Comunicação).

TEIXEIRA, T. S. C.. Samba de combate e o combate ao samba: Os sambas produzidos por compositores negros da escola de samba rancho não posso me amofiná ( 1938-1946). Revista tempo amazonico, v. 1, p. 15-33, 2014.

Memórias de Gaveta: prostitutas entre objetos e falas


Continuando a trajetória das exposições curriculares do curso de Museologia da UFPA, a turma de 2009 trouxe como tema “Memórias de Gaveta: prostitutas entre objetos e falas”.
A exposição ocorreu no ano de 2014, na Galeria César Leite - Complexo do Vadião da UFPA, com abertura no dia 9 de Junho, e visitação até o dia 20.


Falas destacadas de entrevistas gravadas e objetos particulares cedidos pelas profissionais do sexo, que atuam na zona de meretrício do centro de Belém, foram elementos que compuseram a exposição. A mostra pretendeu chamar a atenção para o fato de que todos são dotados de sonhos e aspirações, independente de suas profissões. 

De acordo com estudantes da turma, a exposição teve como intuito atingir as pessoas de diferentes maneiras, que sensibilizassem a pensar nas prostitutas como produtoras e detentoras de memórias, e não necessariamente relacionadas somente ao trabalho, mas aos amigos, familiares, histórias de vida e sonhos, contribuindo, assim, para vencer o preconceito.




#ExpoAutoDoCirio #AutoDaGente #AutoDoPovo#AutoDoCirio #Museologia #MusemWeek #IBRAM#Exposicao #UFPA #FAV

Saiba mais:http://www.ormnews.com.br/noticia/exposicao-traz-relatos-de-profissionais-do-sexo-de-belem
https://www.portal.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=9158

TECNO BREGA: A batida que vem do norte







       A primeira exposição curricular realizada pelos discentes do curso de Museologia da Universidade Federal do Pará (UFPA) da Turma de 2009 ocorreu no ano de 2013, intitulada “TECNO BREGA: A batida que vem do norte”, resultado do projeto da disciplina Exposição Curricular.

Esta apresentou o fazer cultural e artístico dos sujeitos envolvidos com o Tecnobrega, ritmo musical que possui suas origens ligadas à periferia da capital paraense. A narrativa abordou desde a história do ritmo que teve início com o Brega na década de 90, até chegar as aparelhagens dos dias atuais. O tema foi escolhido devido a expansão do ritmo, sendo conhecido nacionalmente.


O tema também foi pensado com intuito de problematizar os preconceitos que se tem sobre o ritmo. Sobre isso, Jadson Silva, estudante de Museologia e um dos idealizadores do projeto juntamente com a turma de 2009 do curso de Museologia da UFPA, afirma que “O tecnobrega ainda é muito marginalizado mesmo no Estado do Pará. Constantemente, vemos pessoas que atribuem o tecnobrega ao banditismo, à marginalização, ao roubo e a uma série de outras coisas. Mesmo pessoas já esclarecidas, que frequentam a academia, que estudam autores que falam sobre o respeito, que tratam a questão patrimonial, que procuram estudar muito mais com as comunidades, mesmo essas pessoas, de certa forma, acabam não percebendo a potência que é o tecnobrega”.



O acervo foi composto por vinis, fotos, revistas, CDs e figurinos dos artistas regionais. A exposição proporcionou o público experimentar algumas roupas e ouvir determinadas músicas.

A exposição ocorreu durante o período de 13 a 29 de março de 2013, e foi montada na galeria Cesar Moraes Leite, no Vadião da UFPA.

Saiba mais: https://www.portal.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=7295
http://www.ica.ufpa.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1363%3Aexposicao-reune-vinis-fotos-revistas-cds-e-figurinos-do-tecnobrega&catid=50%3Aufpa
http://tecnofragmentos.blogspot.com.br/2012/

#ExpoAutoDaGente